CDER-SP homologa comitês temáticos

Na quarta-feira 24/04 o Colégio de Entidades Regionais de São Paulo – CDER-SP realizou, no auditório da Sede Angélica do Crea-SP, sua segunda reunião do ano, em que foram homologados o calendário anual de reuniões e os comitês temáticos, bem como os nomes de seus integrantes que discutirão com Entidades de Classe intervenções na área tecnológica. Também fizeram parte da programação, comandada pelos Engenheiros Mamede Abou Dehn Junior e Renato Archanjo de Castro, respectivamente coordenador e coordenador adjunto do CDER-SP, palestras da Fundacentro sobre novas tecnologias, como a chamada nanotecnologia, e sua influência nas condições de trabalho.

Na abertura dos trabalhos, o presidente do Crea-SP, Eng. Vinicius Marchese Marinelli, disse que o Colégio e seus comitês este ano desempenharão trabalho muito importante junto ao Conselho. “Só consigo expandir a atuação do Crea-SP, para além do nosso corpo colaborativo, por meio das Entidades de Classe. Todo esse trabalho que já vem sendo desenvolvido precisa ser elevado a um novo patamar, em que o atendimento aos profissionais seja cada vez melhor”, afirmou. Também estiveram no início da reunião o chefe de gabinete e ex-coordenador do CDER-SP, Daniel Montagnoli Robles, e o superintendente de Colegiados, Eng. Gumercindo Ferreira da Silva.

Na programação da manhã, os membros do Colégio definiram a composição dos cinco comitês temáticos previstos como obrigatórios pelo regulamento e dos outros 14 sugeridos e aprovados pelos representantes das Associações no plenário do CDER-SP. Veja abaixo o tema e a composição de cada comitê.

NANOTECNOLOGIA: NOVAS TECNOLOGIAS, IMPACTOS E PRECARIZAÇÃO DO TRABALHO

Iniciando a programação da tarde, a doutora em química Arline Sydneia Abel Arcuri e o filósofo Jorge Marques Pontes, ambos pesquisadores da Fundacentro nas áreas de Higiene do Trabalho e Saúde Pública, ministraram palestra sobre “Nanotecnologia: novas tecnologias, impactos e precarização do trabalho”.

Segundo a palestrante, a Nanociência corresponde à fase da pesquisa que visa a entender o comportamento da matéria na escala nanométrica (1 metro = 1 bilhão de nanômetros) e seus efeitos e suas influências nas propriedades dos materiais. Como a Nanotecnologia explora esses efeitos para criar estruturas, equipamentos e sistemas com novas propriedades e funcionalidades, e com isto produzir coisas passiveis de comercialização, os engenheiros devem participar das discussões em torno do assunto para apontar soluções que minimizem os resultados negativos dessa produção e potencializem o que é positivo.

A Nanotecnologia foi anunciada como uma nova revolução tecnológica, mas tão profunda que deve atingir todos os aspectos da sociedade humana. Atualmente goza do mérito de integrar a 4ª Revolução Industrial, mas os materiais produzidos em escala manométrica sofrem alterações em suas características tanto para o bem como para o mal. Afinal, em determinado estágio, suas propriedades começam a ser dominadas por efeitos quânticos e, a partir daí, seus elementos químicos se alteram drasticamente, podendo ocasionar a perda de controle sobre o material produzido.

O FUTURO DO TRABALHO

Complementando a palestra, o filósofo Jorge Marques Pontes, mestre em Políticas Públicas e doutorando em Ciências pela Faculdade de Saúde Pública da USP, falou sobre os impactos da nanotecnologia no mercado de trabalho. Segundo o palestrante, “as pesquisas a respeito no Brasil caminham a passos muitos lentos”. Em contrapartida, “a economia vem sendo digitalizada cada vez mais rapidamente, influenciando tudo o que é necessário à nossa vida, como a energia, a saúde, os bens de consumo, a indústria, a mobilidade urbana, a agricultura”.

De acordo com a prática de Análise SWOT (da sigla em inglês Strength, Weaknesses, Opportunities e Threats), muitas profissões da indústria poderão desaparecer, o que acarretaria mudanças na forma de contratação. “O engenheiro – lembrou o palestrante – não precisaria ser contratado para exercer a função de engenheiro propriamente dita, mas, sim, para alimentar algoritmos”.

Segundo o pesquisador da Fundacentro, “o impacto da Indústria 4.0, na qual a Nanotecnologia está inserida, no trabalho é o desemprego” e seu principal conselho para os profissionais da área tecnológica do Sistema Confea/Crea é “repensar a formação acadêmica”. As projeções apontam para menores impactos nas profissões do ensino médio, em comparação com as do nível superior. Quanto às políticas públicas preventivas, Jorge foi categórico: “Até agora temos muitas intenções e nenhuma solução. Mas não há melhor fórum para esse tipo de discussão do que esta casa, que congrega os quadros mais habilitados às novas ideias de formação profissional das próximas gerações.

loading